AWA - Dia Internacional da Mulher e Prêmio Nobel da Paz

08/03/2011 16:30

Há alguns anos conheci uma estudante de intercâmbio caboverdiana na PUC Minas. Chamou-me a atenção seu nome: AWA EVA. Perguntei o que significava e ela me respondeu: "AWA" é "Eva" em embaló, o idioma de sua tribo na África. A primeira mulher. Há um sentido muito especial em pôr-se esse nome em uma menina, quando nasce. Especialmente quando em "dose dupla". A primeira mulher, a mãe da terra, da vida, de todos nós. Todas somos AWA. Recomeçamos nossas vidas com extrema coragem após um obstáculo criado por preconceito, após agressões nunca merecidas, após o abandono de companheiros e até de filhos, após cada "não" recebido no mercado de trabalho. Somos, cotidianamente, forçadas a renascer. Fênix é AWA; e AWA é Fênix. Quantas somos ao longo de uma única vida!

 

Hoje é dia 08 de março de 2011. Faz mais de 150 anos que cerca de 130 operárias de uma fábrica de tecidos em Nova Iorque foram queimadas vivas, após serem trancadas no local, por terem exigido uma condição de vida e de trabalho melhor. Literalmente, AWA renasceu das cinzas dessas mortes para lutar por tantas outras meninas e mulheres que ainda são mortas no corpo, na alma, no coração, na esperança, na individualidade, no "ser humano". Em 1975, trinta e um anos atrás, a Organização das Nações Unidas oficializou a data para ser lembrada mundialmente todos os anos. Para os países que reconhecem a ONU, afinal, quem a ela não pertence nem respeita, também ignora esse dia. Sakineh Mohammadie Ashtiani, Dorothy Mae Stang (Irmã Dorothy), Maria da Penha Maia Fernandes e as Mães da Praça de Maio (Argentina) sabem bem disso.

 

No ano que vem fará 120 anos que a Baronesa Bertha Von Suttner inspirou Alfred Nobel a criar o Prêmio da Paz, entregue pela primeira vez em 1901. Curiosamente, em suas 110 edições, ele apenas foi entregue a mulheres por dez vezes: Bertha Von Suttner (República Tcheca - 1905), Jane Addams (EUA - 1931), Emily Bach (EUA - 1946), Mairead Corrigan e Betty Williams (Irlanda do Norte - 1976), Madre Teresa de Calcutá (Albânia/Índia - 1979), Alva Myrdal (Suécia - 1982), Aung San Suu Kyi (Birmânia – 1991), Rigoberta Menchu (Guatemala - 1992), Jody Williams (EUA – 1997).

 

Esse ano há uma ampla campanha mundial para a entrega de um Prêmio Nobel da Paz às Mulheres Africanas, considerando todo sofrimento que as inúmeras guerras civis e o abandono do continente africano pelos europeus que durante anos o exploraram causaram nas vidas dessas mães, filhas, esposas, guerreiras. É nossa vez de demonstrar apoio às verdadeiras AWAs, as mulheres da África, berço da humanidade. Dê um presente a todas as mulheres. Vote a favor dessa premiação através do sitewww.noppaw.net/?page_id=16

 

Gaudium et Spes!

(Alegria e Esperança!)

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