Centro de Valores

01/06/2010 15:16

Alguns colegas têm refletido sobre os dilemas de se ensinar hoje em cursos jurídicos, não apenas porque os salários e as condições às vezes são inadequados, mas também em razão de "ruídos" na relação discente-docente que provocam stress em ambos. Desajustes familiares, problemas financeiros, separações, mudança de cidade, falta de foco na escolha da profissão (por parte do docente ou do discente, que não sabe o que cursar), são diversos os problemas a que professores e alunos estão sujeitos e que, muitas vezes, dificultam as relações entre eles. O papel do profissional-professor no Direito fica às vezes prejudicado, pois tais situações costumam criar um "obstáculo" na interação em sala de aula. Por exemplo, o professor sobrecarregado possui menor paciência para ouvir as ponderações mais críticas de alguns alunos; o aluno com dificuldades pessoais perde rendimento e a repetição de períodos (semestres/ciclos/fases) faz com que culpe o professor e "exija" uma aprovação nem sempre merecida. Em ambos os exemplos há uma situação de injustiça, mas ela não é provocada pelo parceiro de aprendizagem. Há uma causa externa que precisa ser contornada por profissionais preparados para tanto, uma vez que a sala de aula não é o lugar apropriado para se fazer esse tipo de "terapia". Aqui, queremos ressaltar o importante trabalho de mediação de conflitos em ambiente acadêmico desenvolvido pelo CENTRO DE VALORES da Faculdade Padre Arnaldo Janssen, em Belo Horizonte (MG). Através da atuação dos professores Nilson Tavares e Luciano Gomes, o centro atende docentes e discentes que necessitem de um espaço para serem "ouvidos" sem serem "julgados". São desenvolvidas atividades de conciliação, projetos sociais e de extensão comunitária, atividades de relaxamento antes das aulas, aconselhamento pessoal e direcionamento vocacional. Com uma sala acolhedora, estes professores das disciplinas de Humanas organizaram um ambiente propício na instituição para "preparar o clima" e melhorar a sintonia dos sujeitos educacionais. Isso é muito importante em um curso jurídico devido a duas razões: 1 - o futuro bacharel deve aprender a ser conciliador, um bom ouvinte, para que assim analise objetiva e sabiamente as situações que lhe forem apresentadas; 2 - a melhoria da relação docente-discente retira da sala de aula elementos dissonantes e de stress, permitindo que a transmissão do saber técnico jurídico se faça mais adequadamente e, assim trazendo benefícios para todos.

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