O que quero do Brasil

27/08/2010 13:19

Recebi recentemente um vídeo carioca com o depoimento de uma senhora, cujo nome não aparece no vídeo, infelizmente, informando (e cantando) que a introdução do hino nacional possui uma letra e, que interessante, essa letra fala do uso do "buril" para cuidar do poder do Estado no Brasil. Segundo explicações dessa mesma senhora, "buril" era um instrumento muito utilizado para aparar arestas em cerâmicas, corrigir distorções para que o trabalho ficasse perfeito. Bem, perfeição não é muito razoável esperar nem de nós mesmos, mas essa meta da correção e da adequação do estado ao Brasil que se espera, essa convém resgatar. Há muito que nos descuidamos de tudo, como se a res publica fosse, na verdade, res nulla. Repetimos uma fórmula de formação de bacharéis, por exemplo, repetida desde a Independência que tem sérias dificuldades em aparar as suas arestas. Vejamos os problemas por que passa hoje o Conselho Nacional de Justiça, fruto, sem dúvida, da crise do Supremo Tribunal Federal. O nepotismo tão combatido, ganhando força; os privilégios de elite que a Constituição Cidadã queria ver extintos, garantidos por decisões parciais e pela manipulação da estrutura do CNJ com fins políticos. Caríssimos, o Brasil é nosso, no sentido de que o Estado e sua estrutura também são. Não é o povo que devem servir ao Judiciário com seus tributos para sustentá-lo, mas este, sim, é que deve perceber sua posição de servidor público. Temos visto tantas campanhas em prol da mudança de perfil dos mandatários políticos, o próprio Tribunal Superior Eleitoral veicula amplamente campanha em que exige "entrevista" e "currículo" dos candidatos. Por que não exigi-lo dos magistrados a partir de agora, ante a excelência da atuação que o CNJ vinha tendo e que foi recentemente muito prejudicada. O que quero do Brasil é que ele seja "burilado", que suas instituições tenha a coragem de corrigir os desacertos e cortar "na própria carne" com vistas á ética para com o cidadão, que não trabalha pouco para pagar os impostos que garantem o funcionamento dessa estrutura. Que as defensorias públicas sejam valorizadas como sendo, estas sim, as verdadeiras instâncias de solução das demandas sociais, especialmente dos mais pobres. Mas que esquecimento o meu, pobre não tem poder de indicar ministro às altas cortes. Por que o país se importaria com a sua opinião?

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